Síndrome de Osgood Schlatter

O que é?

A Síndrome de Osgood-Schlatter é caracterizada por uma proeminência óssea (calo) na região proximal e anterior da região da tíbia. Comum entre crianças e adolescentes, é uma das principais causas de dor nesta faixa etária. Acomete frequentemente meninos ativos, porém também pode acometer meninas, sendo a faixa entre 9 e 14 anos de maior frequência.

Causada por um estresse repetitivo no tendão patelar (responsável por ligar a patela a tuberosidade anterior da tíbia), como ainda esta região está em fase de crescimento, causa microfraturas na região óssea pelo movimento de avulsão. As microfraturas são acompanhadas por um processo inflamatório local, seguido por cicatrização óssea, o que faz com que haja proeminência óssea, um crescimento anormal do osso na região anterior da tíbia proximal, mais especificadamente na tuberosidade anterior da tíbia.

Quais são os Sintomas?

Normalmente o paciente vem referindo crescimento de um calo duro na região proximal da tíbia, próximo ao joelho, que apresenta dor a palpação e também após atividades físicas. Com avançar da doença, o paciente pode apresentar dores inclusive durante a atividade, em momentos de desaceleração ou saltos e também pode ocorrer perda de força parcial.

 

Diagnóstico

A história clínica e o exame físico, baseado na palpação local da proeminência óssea seguido por um raio-x é capaz de fechar o diagnóstico da doença. Alguns casos com recidivas ou sintomas mais graves a ressonância magnética pode ser solicitada para avaliar se durante o período de calcificação de uma das microfraturas não houve deslocamento de um fragmento.

(Imagem A) Demonstrando um raio-x normal. (Imagem B) Demonstrando a doença de osgood schlatter. (Imagem C) Ressonância magnética demonstrando a doença.

Tratamento Conservador (Não cirúrgico)

A primeira importante informação é que é uma doença auto-limitada, ou seja, com o passar dos anos e amadurecimento do osso, normalmente após os 14 anos, essa doença se cura. Para pacientes muito sintomáticos devemos sempre realizar o tratamento conservador inicialmente, que apresenta auto índice de sucesso no tratamento. Iniciar fisioterapia, realizar gelo após as atividades e algumas vezes necessidade de alterar o tipo de esporte praticado são a base do tratamento.

  • Reabilitação com Fisioterapia
    – Alongamento muscular e fortalecimento muscular ajudam muito no alívio sintomático e cura da dores na fase aguda. Além disso, pode ser realizado alguns equipamentos fisioterápicos para diminuir a dor na fase aguda.
  • Crioterapia (Gelo)
    – Utilizado sempre após as atividades físicas, por mais leves que sejam. Evitar a formação de nova inflamação no local.
  • Avaliar o tipo de atividade realizada
    – Quando os sintomas são intensos e não melhoram com tratamento convencional, muita vezes necessitamos alterar o esporte praticado ou cessar este tipo de atividade por 3 a 4 semanas para melhora do quadro sintomático e prosseguir com o tratamento adequado.
  • Medicamentos via oral
    – Existem medicações que podem ajudar no controle de sintomas agudos e favorecem um fortalecimento mais adequado.
  • Terapia por ondas de choque
    – Artigos científicos tem demonstrado uma melhora significativa dos sintomas após 4-5 sessões com intervalos semanais, entretanto ainda são inconclusivos por se tratar de um osso de crescimento com fise aberta. Por este motivo, muita vezes não recomendamos, a menos que esteja perto da idade do fechamento da fise (parada do crescimento).
  • Infiltrações e abordagens percutâneas
    – No caso de falha das outras abordagens, existem técnicas que podemos realizar a infiltração:
    1. Corticoides e anti-inflamatórios: Quando a não se tem uma evolução adequada mesmo com utilização das terapias acima, pode ser realizado infiltrações no local para diminuição a inflamação, muitas vezes associado com outras terapias.

Tratamento Cirúrgico

O tratamento cirúrgico é de exceção, na grande maioria dos casos não tem necessidade. Porém, alguns casos apresentam recidivas ou não melhora dos sintomas mesmo com maturidade ou em atletas mais jovens sem melhora pode ser indicado. Existem novos artigos demonstrando a necessidade também do tratamento cirúrgico em caso de pacientes com recidivas das dores após tratamento conservador que apresentem fragmentos ósseos livres visto pelo exame de imagem.

  • Técnica Cirúrgica

    – A cirurgia consiste na incisão longitudinal do tendão patelar que fica a frente da região óssea, com remoção do ossículo solto na região. Alguns autores consideram a retirada da proeminência óssea no mesmo momento seguido por reinserção do tendão patelar região afetada com utilização de âncoras.

Caso tenha interesse no vídeo cirúrgico: CLIQUE AQUI

 

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