Epicondilite Lateral (Cotovelo Tenista)

O que é?

O cotovelo apresenta pontos ósseos onde há inserções de diversos músculos. Essas proeminências são chamadas de epicôndilo lateral e medial do úmero. Neste ponto, ao epicondilo lateral são inseridos os tendões dos músculos extensores do punho e no epicondilo medial os flexores do punho. Vamos dar um enfoque as epicondilites laterais, mais comumente acometidos e também chamadas de epicondilite do tenista.

Como ocorre a lesão?

A epicondilite pode ser causada por excesso de atividade que demande extensão do punho, sobrecarregando a região de inserção dos tendões, mas também em pacientes que não realizavam a atividade e realizaram demasiadamente em um dia qualquer. Atualmente, existem estudos demonstrando que a pegada errada, seja na academia (realização de supino, tríceps), seja durante a prática esportiva com raquetes, pode gerar uma sobrecarga na região levando a inflamação local.

Também existem as causas traumáticas, como por exemplo, as quedas. Nestes casos, o músculo se contrai na tentativa de nos proteger e o tendão pode sofrer uma lesão, principalmente, um dano junto ao úmero, podendo ocasionar a inflamação (tendinite) ou a rotura (parcial ou total)

Diagnóstico

A história clínica e o exame físico, através de testes especiais podem nos fazer pensar na doença. Entretanto, exames de imagem são fundamentais para verificar integridade do tendão (se há rotura associada ou apenas tendinite) e avaliar as alterações biomecânicas.

Dentre os exames, solicitado Raio-X e principalmente ultrassonografia (imagem do colega Dr. Tulio Ravelli demonstrando a lesão) ou ressonância magnética.

Tratamento Conservador (Não cirúrgico)

A maioria das epicondilites são de tratamento conservador com alto índice de sucesso. Vou dar enfoque apenas no tratamento não cirúrgico da lesão. A cirurgia se reserva para casos isolados e de exceção.

  • Reabilitação com Fisioterapia
    – Considero um fator indispensável no tratamento conservador. O tratamento visa fortalecimento através de exercícios excêntricos e com elástico e pesos leves para fortalecimento do tendão doente.
  • Exercícios de fortalecimento
    – É possível manter o fortalecimento muscular inclusive em membros superiores. Alguns cuidados como evitar dobrar o punho durante o supino, tríceps… Ajuste na pegada da raquete, utilizando raquetes diferentes e também no tênis de campo a utilização de anti vibrador.
  • Órteses
    – Apesar de carecer de evidências científicas, alguns pacientes demonstram melhora dos sintomas a utilização da faixa abaixo do local da lesão. Quando há melhora durante sua utilização, podemos utilizar por um período curto de tempo.
  • Medicamentos via oral
    – Existem medicações que podem ajudar no controle de sintomas agudos e favorecem um fortalecimento mais adequado. Também existem medicações com relatos de estimular a cicatrização local que podem ser associados.
  • Terapia por ondas de choque
    – Artigos científicos tem demonstrado uma melhora significativa dos sintomas após 4-5 sessões com intervalos semanais, principalmente nas terapias de onda de choque focal. Importante aliado na associação com outras terapias.

 

  • Infiltrações e abordagens percutâneas
    – Existem técnicas que podemos realizar a infiltração dentre os tipos de medicamentos e estimuladores a ser utilizados destacamos:
    1. Corticoides e anti-inflamatórios: Antes muito utilizados, em minha prática não utilizo, pois diversos artigos demonstram enfraquecimento da área. Apesar de gerar alívio sintomático rápido, diversos relatos de rotura do tendão são descritas.
    2. Ácido Hialurônico: Principalmente ácido hialurônico de baixo peso molecular tem sido associado a uma melhora do padrão da lesão e regressão dos sintomas quando injetado peri-tendíneo
    3. Ortobiológicos derivados do sangue: Temos o Plasma rico em plaquetas (PRP) e o Plasma Rico em Fibrina (PRF). Tem demonstrado na literatura atual resultados promissores. Pode ser realizado como forma de projeto de pesquisa em locais autorizados para sua utilização. Fora do Brasil, utilizado em grande parte dos centros ortopédicos e com resultados positivos.
    4. Dry needling: Estudos demonstram que realizar furos na região doente do tendão pode estimular sua cicatrização. Isso se deve pois a área doente do tendão apresenta uma má vascularização e realizando perfurações faria sangramento e levaria fatores cicatriciais para região afetada estimulando o processo de cicatrização e regeneração. Muitas vezes utilizada em associação com outro produto infiltrado.

 

 

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